Tipologia: Arquitetura Civil Residencial
Designação: Paço dos Viscondes de Maiorca
Freguesia: Maiorca
Localização: Terreiro do Paço
Coordenadas: (N: 40º 09' 55'' ; W: 8º 45' 22')
Utilização Atual:
Visitável: NÃO
Horários:
Contactos:
Implantado no centro da vila de Maiorca, o paço dos Viscondes impõe-se na zona onde se insere. Pertença da família Coutinho desde o século XIV, esta propriedade foi adquirida, no século XVII, por João Vaz da Cunha, também senhor do Morgado de Antanhol, em Coimbra, que deu início à edificação do Paço, depois continuada pelo seu filho, Luís Vaz da Cunha de Sá, já no decorrer da centúria seguinte, como bem demonstram os ornatos e recortes das janelas, de época avançada do século XVIII. A fachada, de dois andares separados por friso, desenvolve-se em comprimento, sendo aberta por um conjunto de vãos simétricos em ambos os pisos. Naturalmente, os do andar nobre denotam um maior cuidado no tratamento das molduras, com janelas de verga curva, rematadas por cornija curva. Toda esta frente é secionada por pilastras que a dividem em três corpos não simétricos entre si: o da esquerda é mais reduzido, com apenas quatro janelas por piso, o central é o de maior destaque, com a porta principal, e o da direita é o mais comprido, com seis janelas. O ritmo dos vãos laterais converge no corpo central, onde o portal, ao nível do andar nobre, termina em frontão de lanços contracurvados, é ladeado por janelas, acedendo-se a este através de uma escadaria em leque, que imprime uma maior dinâmica ao alçado. O corpo termina num frontão triangular, em cujo tímpano se exibe o brasão de armas partido de Cunhas e Melos, com coronel de nobreza. As pilastras terminam em pináculos que se elevam ao nível do frontão. O interior ganha especial interesse pelo revestimento de azulejos da segunda metade do século XVIII, de fabrico coimbrão, datáveis de cerca de 1770 Logo na entrada, os painéis são recortados, com cercadura concheada em manganês e cenas figurativas a azul, representando cavaleiros, eventualmente concebidos a partir de um tratado de equitação. Numa sala logo em frente, os azulejos ilustram cenas campestres e na cozinha, com chaminé central, os painéis são alusivos ao trabalho culinário, surgindo um criado com um prato de carne, outro de peixe e um doce. As restantes dependências mantêm os tetos em caixotões, pintados, e uma delas exibe um papel de parede de motivos chineses. Por fim, a sala da capela apresenta teto também de caixotões, pintura mural de temática religiosa, e o retábulo em pedra, atribuído aos círculo de João de Ruão, onde estão representados S. João Batista e S. Gregório Magno e, na predela, Santa Águeda, Santa Apolónia e Santa Luzia. Alvo de uma profunda intervenção no ano de 2008, que pretendia preparar este imóvel para um Hotel de Charme, a descrição deste imóvel carece de uma atualização, essencialmente na descrição do seu interior.